A Confederação Brasileira de Futebol vai interceder pela liberação do Castelão junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
A interdição do estádio revelou as rusgas na diretoria da Federação Cearense de Futebol. O lobby cearense deu certo e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai liberar o estádio Castelão para sediar jogos de futebol. Em reunião no Rio de Janeiro, ontem à tarde, o diretor-técnico da entidade, Virgílio Elísio, se convenceu das melhorias no gramado do estádio e garantiu a reversão da interdição. No entanto, o episódio serviu para externar o que há muito vinha sendo comentado nos bastidores: as desavenças entre Mário Degésio e Mauro Carmélio, respectivamente, presidente e vice da Federação Cearense de Futebol (FCF).O estopim foi a decisão da Federação de não mandar advogado para o julgamento em que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu pelo fechamento do Castelão, na última sexta-feira. Carmélio diz que sua intenção era enviar representante para a sessão, mas Degésio decidiu pelo contrário.
"O Mário entendeu que por uma multa de mil reais (aplicada à FCF no caso) valia mais contratar um advogado do Rio. Ele não imaginou que iam fechar o estádio ", contou.
O julgamento "à revelia" forçou que uma comitiva viajasse às pressas para o Rio. Sexta-feira o Fortaleza pega o Avaí no Castelão. Além de Carmélio, participaram da reunião o secretário de esportes do Estado, Ferruccio Feitosa, e o presidente do Fortaleza, Marcelo Desidério. As críticas partiram primeiro de Ferrucio.
"Como é que o órgão que é competente para fazer a defesa dos clubes não comparece. Isso culminou nesse problema todo", ressaltou.
O presidente do Fortaleza, Marcelo Desidério, foi além.
"Infelizmente, a FCF está acabando com o futebol cearense", afirmou, para depois especificar.
"Ou os clubes se unem para tirar o (Mário) Degésio ou ele acaba com o futebol cearense", disparou.
Já Mauro Carmélio afirmou que a relação com Degésio "pessoalmente é ótima". Porém, revelou ter um "entendimento pessoal" sobre a gestão do futebol local, destacando que concorda com 50% das medidas da atual presidência. Entre os pontos em atrito cita o caso da interdição do Castelão; o fechamento de estádios durante o Estadual, pelo Ministério Público; e as fórmulas de disputas das competições locais.
Um observador da CBF vai vistoriar o Castelão nos próximos dias para emitir parecer ao STJD liberando o estádio.
"É só mesmo para formalizar. Mas ele (Virgílio Elísio) já nos adiantou que os jogos estão garantidos", informou Ferruccio.
Fonte: O Povo