Ao anunciar oficialmente sua aposentadoria do futebol, segunda-feira, no lançamento de um DVD que reúne mais de 900 gols de sua carreira, Romário pôs fim a uma brilhante, genial e sensacional trajetória esportiva.É impossível falar de Romário sem lembrar de suas famosas frases e atitudes polêmicas, resultado da admirável personalidade do Baixinho. Por falar o que pensava, por fazer o que queria, Romário foi, diversas vezes, criticado por pessoas que eventualmente classificavam tais atitudes como “arrogantes”. Na verdade, estas atitudes só demonstram a grande espontaneidade e personalidade de um jogador que sempre se superou, provando cada vez mais seu talento e determinação.Romário marcou gols, bateu recordes, ultrapassou limites. Eleito pela FIFA melhor jogador do mundo em 1994, ano em que, 24 anos depois do último título, levou o Brasil à conquista do tetracampeonato mundial , Romário passou seus 23 anos de carreira fazendo o que mais sabia e sabe fazer: gols. Romário tem uma relação íntima com a bola. Dono de características imprescindíveis a um grande craque, se destacou principalmente por sua habilidade, velocidade e explosão, nos brindando com belas e estarrecedoras arrancadas.Mas foi mesmo o grande poder de finalização, a impressionante capacidade de estar no lugar certo, na hora certa, que fizeram de Romário o segundo maior goleador da história do futebol mundial. Acumulando uma impressionante marca de 1.002 gols. Apelidado de “o gênio da grande área”, Romário provou que a idade nem sempre é um obstáculo no futebol. A média de gols do baixinho aumentou depois dos 30 anos de idade. Sem contar que em 2000, ano em que mais marcou gols na carreira, 73, estava com 34 anos. Em 2005, quando muitos poderiam achar que Romário estava “acabado” para o futebol, mais uma vez, mostrou sua grande habilidade e experiência, sendo o artilheiro mais velho da história do Campeonato Brasileiro, aos 39 anos. Em 2006, então com 40 anos, nova artilharia, 22 gols marcados pelo Miami FC, dos EUA. Ao encerrar seu ciclo na história do futebol brasileiro e mundial.Romário eterniza uma carreira repleta de gols, títulos, artilharias, muitas glórias e algumas decepções. O corte da Copa da França, em 1998, foi um golpe duro. Em 2002, em ótima forma e desejado na seleção por grande parte dos brasileiros, teve o sonho de disputar mais uma Copa do Mundo, encerrado pelo técnico Luís Felipe Scolari. Frustrações à parte, a quantidade e a intensidade de alegrias foi muito maior. O esporte nacional perde um de seus maiores heróis. Em suas passagens por PSV, Barcelona, Vasco, Valência, Flamengo, Fluminense e outros clubes. O homem dos 1.002 gols deixou um grande legado e uma vibrante e gloriosa história de muito talento e garra. Como o próprio baxinho diz, “Pelé só tem um, Maradona só tem um e Romário só tem um”. Você é único, Romário. Inesquecível como suas grandes jogadas, é também inesquecível seu grande exemplo de que é possível vencer por meio do esporte e da busca da realização de nossos sonhos. Baixinho, você é 11, você é mil, você é eterno, você é “o cara” . Até logo, Romário. E muito obrigado por tudo.